quinta-feira, 23 de abril de 2009

“É a partir de um imaginário vivido em comum que se inauguram as histórias humanas.”

O homem não pode existir isolado. Ele está ligado, pela cultura, pela comunicação, pelo lazer ou pela moda, a uma comunidade. Até mesmo o que aprece ser uma opinião individual é, na verdade, de tal ou tal grupo ao qual pertencemos. Assume-se, assim, uma consciência coletiva: assistindo ao telejornal, por exemplo, nos horrorizamos sobre os mesmos assuntos e vibramos juntos pelos mesmos outros, ao mesmo tempo que pertencemos, na massa, a grupos diferentes. Em "O Tempo das Tribos", Michel Maffesoli ressalva que todos os prazeres populares que vivemos, são prazeres de multidão ou em grupos – festas populares, festivais, shows, carnaval, torcidas futebol. Essas situações seguem a lógica do tocar, a questão do “estar-junto”, o táctil da existência social. O estar-junto consiste na “espontaneidade vital que segura a uma cultura” e, ainda segundo Maffesoli, afirma sua força e solidez. Há quem diga que essa espontaneidade pode se artificializar, se civilizar. Sempre será necessário, contudo, retornar à forma pura que é o estar-junto à toa: “Será menos o objetivo que se deseja atingir do que o próprio fato de estar junto que prevalecerá.” A partir da existência dessa sensação coletiva, se desenvolve uma lógica da rede.

Será contraditório constituir novas agregações, novos grupos primários, microgrupos, e ao mesmo tempo revivificar uma só sociedade? Esse é o conceito de Thiases, proposto por Maffesoli ao falar de um modelo tribal “religioso”. Na verdade essa contradição parece ter sido a “grande sacada” do cristianismo ao se originar, justamente, em pequenos grupos: “Nada como as seitas pouco numerosas para conseguir fundar qualquer coisa”. A Proximidade de seus membros cria laços profundos (sinergia das convicções/ eficácia simbólica). O autor ainda faz uma distinção entre tipo-igreja e tipo-seita. Cabe ressaltar que a seita é, antes de tudo, uma comunidade local que se vê assim, e que não tem necessidade de uma organização institucional visível. Michel acredita que, seguindo essa mesma lógica, os grupos que constituem as massas contemporâneas não têm ideal, já que não têm visão daquilo que, em termos absolutos, deve ser uma sociedade.

Assim, cada grupo é, pra si mesmo, seu próprio absoluto. A valorização do grupo, contudo, é uma desconstrução do individualismo, garantindo a tonicidade daquela sociedade. Daí vem a sua perspectiva “concêntrica” – os diferentes círculos que a compõem se ajustam uns aos outros, e não valem senão enquanto ligados. Ou seja, o que importa são suas relações. Com a modernidade, essas relações são multiplicadas cada vez mais - a lógica das redes está se impondo nas massas contemporâneas.

Mas o que mantém um grupo unido? Algo que os membros partilham apenas entre si. Como um segredo, estritamente compartilhado. Essa é a lei do segredo: “dos assuntos de família, não se fala”. Estaríamos agora entrando em outra contradição? O segredo, o ‘esconder’, é vetor de agregação assim como a aparência, o ‘mostrar’? É esse paradoxo que justifica a importância da teatralidade: “uma ostentação manifesta pode ser o meio mais seguro de não ser descoberto.” A agressividade de alguns looks ilustra a vida secreta e densa que essas pessoas vivem. É a forma de “mostrar” o quanto eles têm de segredos. São misteriosos, diferentes para os outros, mas, entre si, podem partilhar qualquer coisa. É assim que o grupo é fortalecido, levando à autoconservação (“egoísmo de grupo”). Ou seja: partilhar um hábito, uma ideologia, um ideal, determina o estar-junto, e permite que este seja uma proteção contra a imposição (colletive privacy). Michel fala até de um “efeito equalizador da pratica coletiva do proibido”, já que a confiança se estabelece entre os membros do grupo. Criar um novo segredo, romper com o que é comumente admitido é acentuar a agregação social.

Podemos ver a pura criação de modos de viver, sendo a constituição em rede de microgrupos contemporâneos a “expressão mais acabada da criatividade das massas.” Novamente, a lógica tribal não pode existir senão inserida na massa. “Modos de vida estranhos uns aos outros podem engendrar, em pontilhado, uma forma de viver em comum.”


Surgem algumas questões....




  • O indivíduo compartilha da identidade, das opiniões, dos hábitos de um determinado grupo ao qual pertence. Ou seja, segue um determinado perfil. Será que a valorização do inédito, do diferente, da originalidade e da personalidade vem ‘”suprir” essa “falta” de identidade individual? Ou será que o indivíduo não tem essa necessidade?



  • Segundo Michel, tribos são formadas por simpatias quanto a ideologias, costumes, gostos, etc. E quanto à apatia? A diversidade de grupos dá margem ao preconceito. Não seria essa uma interferência negativa na harmonia do todo, contradizendo o autor quanto à “tonicidade” da sociedade a partir dos grupos?



  • Em um grupo, entre os “segredos” partilhados, pode existir valores diferentes de “moral”, por exemplo: “sempre existe uma certa moral dentro da imoralidade.. uma certa moral que o clã forjou somente para si mesmo” e que tem por corolário a indiferença diante da moralidade em geral. Isso também poderia contradizer a idéia de que a formação de grupos dá maior tonicidade à sociedade e assinalar para uma fragilidade social?


  • É sabido que comunidades como favelas, por exemplo, têm suas próprias leis, normas de conduta, etc. De que forma os “segredos” compartilhados acabam interferindo numa ordem maior, como a legislação de um país? Estariam esses grupos fora da análise do autor, na medida em que seus membros não estão lá por escolha (socialidade eletiva)?



  • Como pensaríamos a interferência na sociedade de tribos que fogem à escolha de seus membros?

Nathália dos Santos Silva e Vanessa Gonçalves

O Tempo das Tribos – Tribalismo e Neotribalismo

O que acompanhamos na aula passada foi a ilustração do capítulo IV do livro O Tempo das Tribos, de autoria do sociólogo francês Michel Maffesoli. Como sugerido pelo autor, compreendemos o advento das tribos – um fenômeno muito comum no mundo moderno. Essencialmente, o que propõe-se é o fim do individualismo através de associações contratuais e racionais estabelecidas pelos próprios indivíduos a fim de que seja realizada a transição do estado de “polis” ao “thíase”, acentuando cada vez mais a dimensão afetiva e sensível. Essa relação estabelecida, esse elo de ligação é o princípio de novos costumes que surgem em uma sociedade, criando, assim, uma nova identidade.

Dentro da sociedade de massa, nos cruzamos o tempo todo, interagindo, estabelecendo contato e nos preocupando com o presente coletivo, de modo que invariavelmente acabamos operando em grupos. Tais movimentos podem ser evidenciados no ambiente comunicacional contemporâneo da pós-modernidade, onde os locais são desterritorializados, possibilitando o avanço do solidarismo, das ações e das retroações (elementos básicos de uma tribo sólida).

Desse vaivém de informações entre a massa e as tribos é que surge a fluidez do neotribalismo, que, ao contrário da estabilidade do tribalismo clássico, permite que o indivíduo represente diversos papéis sociais, tanto na sua atividade profissional, quanto no âmbito das tribos que participa. Isso ilustra perfeitamente o desejo de mobilidade social que as pessoas têm hoje em dia, e até mesmo a necessidade de um profissional estar apto a atuar em várias áreas – a interdisciplinaridade.

As grandes cidades contemporâneas, caracterizadas pela heterogeneização e também pelo pluriculturalismo foram um dos fatores que contribuíram para a formação dessas “tribos urbanas” – expressão cunhada pelo próprio Maffesoli – que são constituídas por diversos pequenos grupos que estabelecem uma rede de amigos com interesses em comum. Esses interesses podem se basear na opção religiosa, em tipos de vestimenta, de músicas, de atividades, de costumes, entre outros.

Cada um desses microgrupos que se forma, irá dividir um espaço – não necessariamente físico, mas também virtual, como, por exemplo, as comunidades do Orkut. Além disso, se formarão a partir de um sentimento de pertença comum, terão um código de ética específico e poderão criar laços estreitos. Os grupos de patricinhas, os hippies, os evangélicos, os emos, entre outros, são exemplos atuais das variadas tribos que surgiram a partir da reunião de membros sociais com interesses em comum, dispostos a interagir e determinar a vida social que mais lhes agrada.

Com o surgimento da internet, esses grupos puderam se fortalecer de uma forma absurda, tendo em vista que é muito mais fácil encontrar pessoas com interesses em comum conectadas à rede. Além disso, mesmo que se formem na internet, é bem provável que ultrapassem esse limite virtual e se encontrem pessoalmente. Hoje, com as ferramentas que temos para encontrar na web o que desejamos, esses grupos podem se formar com ainda mais facilidade e rapidez. Maffesoli chama isso de “desinstitucionalização“, que é quando os grandes sistemas e as demais macroestruturas estão saturados.

Agora, mais do que nunca, percebemos o real valor que a sinergia das forças que agem na sociedade podem agregar ao avanço tecnológico. Redescobrimos que o indivíduo não pode existir isolado. Pelo contrário, deve estar sempre conectado aos demais por meio de culturas, costumes e até mesmo pela comunicação, estabelecendo um “laço de reciprocidade” tão forte quanto a capacidade de, junto aos demais pertencentes à tribo, evoluir.

Cristina Shutz e Henrique Casagranda

terça-feira, 21 de abril de 2009

O tempo das tribos: o declínio do individualismo nas sociedades pós-modernas

Mesmo diante de tanta desumanização que cerca o mundo atualmente, ainda há teias de solidariedade. Cada vez mais fechadas, mais restritas a seus grupos, mas elas existem. Até mesmo porque, conforme as épocas, predomina-se um tipo de sensibilidade, um tipo de estilo destinado a especificar as relações que se estabelecem entre as pessoas. É essa questão que o autor de “O tempo das tribos: o declínio do individualismo nas sociedades pós-modernas”, Michel Maffesoli, tenta nos mostrar no capítulo IV: O tribalismo.
O autor fala da passagem da “polis ao thiase” ou da passagem da ordem política à ordem da fusão. A ordem política privilegia os indivíduos e suas associações contratuais e racionais, que tem uma consistência própria, uma finalidade, já a ordem de fusão acentua a dimensão afetiva e sensível das associações. Essa ligação entre as massas não precisa ser através de um contato constante ou freqüente, ela vai se dando através de pequenas afinidades, de elementos em comum entre pessoas que vão cristalizando grupos massificados, o que Maffesoli chama de relação táctil.
As mensagens de computador, as redes sexuais, as diversas solidariedades, os encontros esportivos e musicais são todos indícios de um ethos em formação. E isso que delimita esse novo espírito do tempo que podemos chamar de socialidade, onde a pessoa representa papéis, tanto dentro de sua atividade profissional quanto no seio das diversas tribos de que participa. Mudando o seu figurino, ela vai, de acordo com seus gostos – sexuais, culturais, religiosos - assumir o seu lugar. O que podemos observar é que a partir dos costumes, dos desejos individuais que as pessoas vão escolhendo a que grupo irão pertencer.
O solidarismo, os encontros esportivos ou as religiões são momentos em que as pessoas começam suas relações tribais. A preocupação em estar de acordo com o grupo, de ser o mais plenamente aceito possível, faz através da massificação os reagrupamentos sociais, ou seja, está diminuindo a individualização social. Watzlawick falava do “desejo ardente e inabalável de estar de acordo com o grupo”. Essa massificação causa um certo conformismo diante do que o grupo entende por certo, e o que deveria ser uma opinião individual acaba sendo uma opinião coletiva. O autor se refere a isso como a nebulosa “afetual”, que permite compreender a forma específica que a socialidade assume nos dias atuais: o vaivém massas-tribos. Ao contrário da estabilidade induzida pelo tribalismo clássico, o neotribalismo é caracterizado pela fluidez, pela liberdade de poder trocar de grupos conforme as vontades próprias.
Essa anulação diante do grupo é muito bem ilustrada pelo autor no trecho “a teatralidade instaura e reafirma a comunidade. O culto do corpo, os jogos de aparência só valem porque se inscrevem em uma cena ampla, onde cada um é, ao mesmo tempo, ator e espectador”.
A sociedade vive e se organiza através das experiências vividas em seus grupos, que se entrecruzam e proporcionam outras experiências e situações, o que ao mesmo tempo que massifica, diferencia através de polaridades muito diversificadas.
A pós-modernidade tende a favorecer, nas megalópoles contemporâneas, ao mesmo tempo o recolhimento no próprio grupo e um aprofundamento das relações no interior desses grupos, dando a oportunidade de surgir uma multiplicidade de estilos, um multiculturalismo, onde de maneira conflitual e harmoniosa ao mesmo tempo esses estilos de vida se põem e se opõem uns aos outros. Mas existe algo de comum entre esses grupos, uma característica específica da pós-modernidade: a preocupação com o aqui e o agora, isso contribui para que as relações sejam mais intensas e vividas no presente.
Outra característica da massa moderna é o que o autor coloca como a lei do segredo. Esse é um mecanismo utilizado pelos grupos como forma de proteção em face ao exterior, isto é, em face das formas superimpostas de poder, essa é uma maneira encontrada para fortalecer o grupo. Essa sociedade secreta leva a um fechamento dos grupos, todavia, permite a sua resistência. O fato de partilhar um hábito, uma ideologia, um ideal, determina o estar-junto, e permite que este seja uma proteção contra a imposição. A união dentro dos microgrupos existe, senão, para fortalecê-los contra o grande grupo.
O tribalismo, microgrupos formadores da socialidade, sob seus aspectos mais ou menos reluzentes, está impregnando cada vez mais os modos de vida, ou seja, através de bandos, gangs, grupos ele recorda a importância do afeto na vida social. Trata-se de uma “reconsideração do conjunto das regras de solidariedades”.

Fernanda Assmann e Talita Orsolin

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Certamente a principal característica de nossa sociedade é o espetáculo, mostrar-se é algo essencial. Podemos criticar, fazer o maior barulho, mas nada adianta, temos que acabar aceitando e nós moldando a partir desse novo modelo de sociedade a qual é formada por contribuições de todos nós.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Foucalt e Weber e a Pós-Modernidade

Não sabemos se estamos fazendo certo ou não nossa postagem, mas resolvemos modificar um pouco. Colocamos nesta contribuição, não uma resenha do conteúdo da aula, mas sim algumas questões que nos ficaram e que gostaríamos de compartilhar.

Para a aula do dia (03/04) foi trazido pelo professor dois autores, Foucalt e Weber, e em cima da discussão dos mesmos montamos nossas questões, as quais gostaríamos de discutir mais a fundo com nossos colegas.

Foucalt trás, por meio de seu livro microfísica do poder, as relações de poder que, por exemplo a escola, a igreja, o estado exercem sobre a sociedade moderna. Weber discute sobre a burocratização da vida na sociedade moderna; a vida foi racionalizada, as regras passaram a ser a base de tudo, nada mais é realizado por emoção, é somente a razão que vale e ela é capaz de prever e calcular o que antes era determinado pela sorte, segundo o autor. Ambos, os autores, fazem suas análise tendo como pano de fundo a sociedade moderna, mas será que elas também não se aplicam na sociedade pós-moderna ou contemporânea?

Vejamos alguns exemplos para que possamos discutir mais a fundo a questão apresentada acima. Hoje não existe pessoa no mundo que viva sem tecnologia; seja aquela que vem atráves dos cabos de energia para dentro dos lares, ou aquela que está no último computador lançado no mercado. Esta necessidade por tecnologia, faz com que o setor tecnológico exerça poder sobre a vida das pessoas. Também há o fato de que tudo pode ser explicado e racionalizado por meios tecnológicos, o que torna tudo passível de racionalização.

Então fica em aberto para discussão da turma a nossa questão: será que houve uma mudança na sociedade que fizesse com que as discussões de Foucalt e Weber não possam ser mais aplicáveis à sociedade pós-moderna? Ou eles anteveram o que está acontecendo nos dias atuais?

Ana Carolina Barros e Carina Dalsoto

quinta-feira, 9 de abril de 2009

O Homem Pós Moderno

Ao se falar em sociedade pós-moderna, pode-se pensar nas modificações que se deram nos âmbitos da política, economia, ciência, tecnologia, conhecimento e comunicação. Poderíamos dar exemplos e mais exemplos dessas transformações, mas o nosso foco principal é na comunicação, quais mudanças ocorreram para que o tipo de comunicação que temos hoje fosse possível, e como foi possível que o homem se adaptasse à essas mudanças.

A sociedade se transforma a partir das necessidades e costumes que vão se modifciando ao longo das décadas, tradições são deixadas de lado, crenças são desacreditadas, e assim o homem passa a se sentir sem rumo, os valores passam a ser outros, e o que se vê é uma sociedade individualista, consumista e hedonista. Quando uma empresa não se importa em seguir normas ambientais no país onde está se instalando está sendo individualista, está pensando apenas nos lucros que terá, pensando apenas no que pode extrair daquela terra e daquelas pessoas. Essa mesma sociedade é individualista no momento em que um homem passa a se considerar melhor ou superior aos outros, e achar que ele não deve colaborar para o bom funcionamento dessa sociedade com ações simples, como separar o seu lixo em casa ou ser educado com o cobrador do ônibus.

É o que se vê no Orkut, por exemplo, onde para alguns o objetivo maior não é estreitar laços de amizade e nem conhecer novas pessoas, mas sim mostrar-se feliz e sempre curtindo a vida "adoidado", o importante mesmo é exibir-se. As pessoas se sentem no dever de se vender como se fosse um prazer, de fazer ceia de natal em casa à meia noite, de comemorar o gol que todo mundo está comemorando, de curtir o carnaval nos 3 ou 4 dias, de seguir uma religião, de usar celular sem motivo concreto, de gastar o dinheiro que não têm, de fazer cursos e mais cursos, ascender na empresa, escrever mil e um artigos por ano na universidade, enfim, todos parecem viver na “obrigação” de se cumprir uma ordem invisível, e de ser visivelmente feliz e vencedor. Mas o que acontece àquelas que não seguem essas regras invisíveis? Ou acabam excluídas da sociedade, como um traidor, ou então se sentirá culpado por não "ser feliz" como todos os outros, o que pode ser muito perigoso.

Outra característica desse homem do pós-modernismo é o consumismo sem limites que atinge a sociedade como um todo, onde se busca em objetos materiais a felicidade que não se encontra nas relações frustradas pós-modernas, quando apesar de tantos artefatos eletrônicos que facilitariam a comunicação entre as pessoas, essa não acontece pela frequente falta de tempo que atinge todas as pessoas de um modo geral. Elas estão sempre correndo atrás do tempo, buscando mais trabalho, mais dinheiro, e assim, mais consumo, o que lhe dá a falsa sensação de felicidade.

A fragmentação desse tempo é bem visível, pois hoje se vê frequentemente os lugares de trabalho em que a competição é mais acirrada, onde não existem limites definidos entre trabalho, estudo e lazer, e encontramos pessoas queixosas, infelizes, freqüentemente visitando os médicos e hospitais. Se a pós-modernidade prometia a felicidade através do progresso da ciência ou de uma revolução, é necessário analisar se essa ilusão de felicidade que temos hoje, baseada na tecnologia e nas sociedades virtuais é realmente possível, ou apenas um sonho que virou pesadelo.

Marcela Prestes e Juliana Galante